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sábado, 24 de julho de 2010

Horcades mostra que quem manda no futebol brasileiro é ele. Muricy fica no Flu. Um vexame…


Um vexame.

Ricardo Teixeira nem sonhava com a negativa de Roberto Horcades.
O presidente do Fluminense disse a Muricy Ramalho que não o libera do contrato.
Ele ficou irritado ao saber que seu treinador havia sido convidado e ninguém o avisou.
E mais, de raiva, avisa que vai mantê-lo para 2012.
A situação é mais do que uma saia justa.
É surreal.
Ricardo Teixeira deu até entrevista confirmando Muricy como treinador até 2014.
Pessoas ligadas ao treinador garantem que Horcades o pegou na palavra.
Muricy tem contrato em vigor e ele se orgulha de dizer que nunca virou as costas a um clube.
Mas nem pela seleção brasileira?
Até mesmo os seus assessores estão de queixo caído.
Muricy Ramalho já ligou para Ricardo Teixeira agradecendo o convite e explicando a situação.
O presidente da CBF tomou um imenso susto.
Vai tentar reverter a situação nas próximas horas.
Se Horcades for inflexível, vai buscar outro nome.
Mano Menezes, Luxemburgo, Leonardo...
Quem estiver à mão...
A sexta-feira que havia começado com uma surpresa agradável com Muricy Ramalho como novo treinador da Seleção Brasileira se transforma em mais um dia surreal.
Ninguém da CBF está querendo falar.
Nem o diretor de comunicação, Rodrigo Paiva, que estava no encontro entre Teixeira e Muricy, nesta manhã, no Itanhangá Clube.
Ninguém quer falar.
A postura de Horcades paralisou o futebol brasileiro.
Muricy quer muito assumir a seleção.
Mas não aceita ir contra a sua própria palavra.

Lágrimas de Andres, pó de arroz no Rio e medo de represálias. A saga Mano e Muricy Ramalho…



As lágrimas de Andres Sanches.

Todos que estavam na sala de entrevistas do Parque São Jorge ficaram constrangidos.

Até mesmo Mano Menezes.

Por que as lágrimas?

Porque o treinador aceitou o Corinthians na Série B?

O presidente se esquece como foi a contratação.

O gaúcho almoçou com a direção do Cruzeiro.

E jantou com Andres.

Recebeu mais dinheiro e foi para o Corinthians.

Que favor ele fez?

O time da segunda maior torcida do Brasil...

A subida para a Série A era obrigatória, diante de adversários medíocres.

A possibilidade de montar o elenco como achasse necessário.

E a chance de seu empresário Carlos Leite colocar atletas para jogar e se valorizar no Parque São Jorge.

Leite chegou até a emprestar dinheiro para o clube contratar seus jogadores.

Nos tempos atuais não há treinadores que não tenham seus empresários favoritos.

Ninguém.

Pense em Muricy, Felipão, Parreira, Luxemburgo...

Jorginho, auxiliar de Dunga, era empresário...

As lágrimas do presidente corintiano são mais incompreensíveis quando se sabe que Mano será seu aliado.

Para sempre, onde for.

E ele vai para a CBF.

Ter o técnico da Seleção Brasileira ao seu lado nunca é ruim.

Ainda mais quando tem jogadores que podem ser convocados como Dentinho, Jucilei, Bruno César...

E acalenta o sonho de ser o sucessor de Ricardo Teixeira.

Do outro lado, no Rio de Janeiro..

O pó de arroz da torcida do Fluminense.

Orgulhosos por Muricy Ramalho ter cumprido a palavra.

E virado as costas para a Seleção Brasileira.

Não aceitou o dinheiro da CBF para romper o contrato.

Pelo contrário, até ficou ofendido.

A questão nunca foi dinheiro.

Como fica a cabeça de um treinador que disse não ao seu maior sonho de vida?

Ainda mais tendo a convicção de que com Ricardo Teixeira não deverá ter mais chance de voltar à Seleção?

Muricy e sua assessoria de imprensa divulgaram um comunicado de agradecimento pelo convite.

O homem que esteve por trás do 'fica Muricy' foi Celso Barros.

Presidente da Unimed/Rio ele já havia colocado muito dinheiro no time.

Fechou recentemente com Belletti e Deco.

Ele quer ganhar o Brasileiro.

E se cansou de se aventurar com treinadores com potencial duvidoso.

Foi ele quem enfrentou a CBF.

Já foi alertado por conselheiros de possível represália dentro do campo pela ousadia de não liberar o técnico.

Teoria da conspiração?

Se houver algum lance duvidoso contra o Fluminense, a ordem da diretoria é fazer escândalo.

Os dirigentes cariocas estão de queixo caído ainda.

Contrataram alguém com ética suficiente para recusar a Seleção.

Foi essa postura irredutível de Muricy que fez Ricardo Teixeira desistir de brigar por ele.

O dono do futebol brasileiro desistiu ao perceber que o treinador não compraria a briga.

Ele tinha a certeza que Muricy enfrentaria o mundo pela Seleção.

Agora ele termina de preparar a equipe para enfrentar o Botafogo.

Quer continuar líder do Brasileiro.

E Mano está preocupado com sua lista de convocados de segunda-feira.

Vai poder escolher com toda a calma a seleção renovada que enfrentará os Estados Unidos.

Antes, a partida contra o Guarani.

Quer se despedir com uma vitória.

E esquecer o vexame contra o Atlético Goianiense que pesou na escolha imediatista de Muricy.

Adílson Batista tem a certeza de que na segunda-feira substituirá Mano no Parque São Jorge.

Assim como Andres no aniversário do Corinthians irá anunciar o novo estádio.

A vida segue....

Mano é da seleção


Apesar de ter a mesma origem que o último técnico, Mano Menezes se caracteriza pela paciência no trato com a imprensa e a ponderação ao falar, mesmo diante de situações difíceis e possíveis polêmicas.

A própria CBF, no comunicado que emitiu assumindo o convite a Mano Menezes, indicou quais eram as características que espera do treinador.

- Mano Menezes atende plenamente ao projeto traçado pela CBF. Técnico que conquistou o respeito pelo seu trabalho à frente do Grêmio e agora no Corinthians, marca a sua trajetória pelo equilíbrio e tem como característica o fato de aproveitar e lançar jovens jogadores.

O equilíbrio do treinador é um aspecto que a CBF buscava. Após os problemas com a imprensa na “Era Dunga”, Mano pode trazer ares mais tranquilos para o banco de reservas. Neste ano, mesmo diante da eliminação do Corinthians da Copa Libertadores no ano do centenário, o treinador manteve a postura cordata e colocou o time na liderança do Campeonato Brasileiro durante oito rodadas.

Se Dunga não abria espaço para questionamentos dos jogadores, Mano tem uma postura diferente, mais aberta ao diálogo. O outro gaúcho que assumiu na seleção na última década, Felipão, caracterizou-se pela chamada “Família Scolari”, fechando o grupo com jogadores de bom relacionamento entre si, tática também utilizada por Menezes no Timão.